sábado, 29 de janeiro de 2011

Escuridão

Não sei se vão me encontrar
Aqui aonde estou
Onde eu nem sei por quê estou
Numa interminável escuridão

Está trancado
Não consigo sair
Nem respirar
Parece que não entra ar

O sentimento se camuflou
Numa sociedade que me aceita
Pelo que não sou

Estou sento a parte da mentira
Qua todos, assim como eu, escondem em si
Num medo inexplicável.

LENNON, Patrick. Soneto IV

Presença, sentir

Andei por vários caminhos
Alguns com belas flores e pássaros
Outros com muitas pedras  e rochedos
Mas sempre com a esperança ao meu lado

Somos como um complexo jogo de xadrez
Que vence quem for lógico e sensível
E adapto às novas regras
Que vem para fazer a diferença

Coisas que a razão não explica
Nem o coração entende
Nem todos aceitam

Somos loucos por varios segundos
Mas é assim
Nem tudo que é vivo é explicável

LENNON, Patrick. Soneto III

O quebra-cabeça da vida

Quando  a maldade entra nos corações
Julgo não ser o culpado
Fatalmente, é humano
Não é feito sozinho

Todos são parte de um todo
Somos parte de cada um
Influênciando, e sendo influenciado
Por aqueles que nos constitui

Desde criança, montamos
Com as peças que nos são dadas
O nosso quebra-cabeça

Com estas
Criamos conceitos
E preconceitos

LENNON, Patrick. Soneto II.

Adesso

As coisas vem se tornando normal
No mundo da hipocrisia
Que nasce a mentira
E vive a falsidade

Todos ao meu arredor
Vivem com a esperança do normal
De me verem no padrão, criado junto à sociedade
Sou para eles, o que querem

A aceitação já não faz parte dos sentidos
Deixamos de julgar valores
Para julgarmos pessoas

Até que um dia
Tudo que se fez banal
Se torna normal.

LENNON, Patrick. Soneto I

O meu ourar

Fico a pensar
Num passar breve
Com o frio no olhar
E a voz no caminhar
Como tudo foge do nosso controle
Num piscar de olhos
Agimos sem querer
Mas por natureza
Está aí a humanidade com o seu mal
Em sua essência
Respirando a maldade
A mente é uma oficina do mal
Que só faz
E nunca deixa por fazer

A vida como singular
Única
Há muitos que atrapalham
Quanta mediocridade
Vivendo por viver
Atrapalhando de ser feliz
Pela sua razão única
E suposta verdadeira
De tudo sei
E tudo que sei, é tudo
Nada além do inaceitável
Vivendo no limite das mentes
A liberdade já faz parte do futuro
A esperança do presente
A dúvida já foi passada
O que me resta é o combustível da vida
A ânsia por ser feliz
O desejo por viver
O prazer de amar
E a sorte de uma amizade

Complexado ao pensar em tudo
Em algo que só poderia mesmo ser Divino:
O amor, o ódio, a vida, a humanidade
Rolando uma controvérsia 
Como uma chama de fogo, que o próprio se queima
Enlouquecendo aquele que sempre lhe serviu com loucura
Parecendo insensato
Mas constante na procura.

"NINGÚEM NOS ENTENDE MAIS  DO QUE NOS MESMOS; POR ISSO NÃO JULGUEMOS PELOS ATOS QUE ACHAMOS IMPENSADOS."

Patrick Lennon

sábado, 15 de janeiro de 2011

O último diário


Tudo era perfeito
Assim como o quebrar das ondas 
O iluminar do sol
O voar das borboletas
A vida como assim própria
Os sonhos já ainda eram possíveis de se realizarem
O medo já fazia parte do passado
O combustível da vida era a esperança
Com a felicidade no sorriso
Amor no abraço
E uma amizade sincera
Hoje não encontro mais o que desejo
Parece que tudo foi
Junto com a chuva que não para de cair
E se despedaça no chão
A vontade de sobreviver superou a de viver
Parece tudo inútil 
Quando não se vê razões para estar aqui
Hoje a minha tristeza faz parte da minha vida
E tudo é levado
Como uma obrigação terrível
O meu eu já não me pertence
Sou infeliz até a última gota do meu ser
Não tenho o que é mais fundamental
A felicidade
Não sei se creio na mudança
Olho um precipício
Parece o melhor atractivo do dia
A melhor programação de uma vida inteira
Não entendo por quê é mais forte quem mente
Mais respeitado
Mais confiável
Será a verdade desacustumada?
Fora da realidade de alguns?
Apenas queria uma vida normal num mudo anormal
Tudo parece gosto de provar
Mas me empedem
O colapso da minha felicidade
Isso não parece se juntar 
Mas quando vejo é o mundo que gira
E a vida continua
Até penso em acreditar
Que um dia será melhor
Mas minha fraqueza me faz desacreditar
Continuarei por aqui
Me acabando numa tarde de sábado
Destas intediantes férias
Tomando o último gole deste amargo vinho
Tragando o último trago deste pecado
Vivendo o resto de uma vida
E gerundiando por aí.

FIM

Patrick Lennon